OSUN

 

D iz a lenda que quando os Orixás chegaram à terra, organizaram reuniões onde mulheres não eram admitidas. Osun ficou aborrecida por ter sido posta de lado, por não poder participar de todas as decisões. Para se vingar, tornou as mulheres estéreis e impediu que as atividades desenvolvidas pelos deuses chegassem a resultados favoráveis. Desesperados, os Orixás dirigiram-se a Olodumaré e explicaram-lhe que as coisas íam mal sobre a terra, apesar das decisões que tomavam em suas assembléias. Olodumaré explicou-lhes então que, sem a presença de Osun e seu poder sobre a fecundidade, nenhum de seus empreendimentos poderia dar certo. De volta à terra, os Orixás convidaram Osun para participar de seus trabalhos, o que ela acabou aceitando, depois de muito lhe rogarem. Em seguida as mulheres tornaram-se fecundas e todos os projetos obtiveram felizes resultados. Osun é chamada de Yalodê, título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre todas as mulheresda cidade, além disso, ela é a rainha de todos os rios e exerce seu poder sobre as águas doces, sem a qual a vida na terra seria impossível. Dança de preferência sob o ritmo de sua terra: Igexá. Sua dança lembra o comportamento de uma mulher vaidosa e sedutora. Ela faz a qualquer um o que o médico não faz, é a Orixá que cura o doente com a água fria. Se cura a criança, não apresenta honorários ao pai. É a Orô, um pássaro que tem uma pena brilhante na cabeça, e a Yalodê, que ajuda as crianças a terem uma boa mãe. Manda a cabeça má ficar boa. Osun é doce e poderosa como Oni. Osun não concede

 

as más coisas do mundo. Ela tem remédios gratui-tos e faz as crianças tomarem mel. Sua palavra é meiga e deixa a criança abraçar seu corpo com as mãos. A mão da criança é suave, Osun é afável. É cliente dos vendedores de cobre. Agita sua pulseira para ir dançar. Ela é elegante e tem muito dinheiro para divertir-se. Suas jõias são de cobre e é proprietária do pente de coral e proprietária de muitas penas de periquito. Não há lugar onde não se conhece Osun, poderosa como um rei. Filha de Orunmilá e Yemanjá, conta-se ainda que ela foi a primeira Yaba, ou seja, a primeira zeladora de santo, raspando a cabeça da galinha de angola e quem colocou o primeiroadocho (coroa), dando assim aos seus descendentes a forma atual. Por isso em todos os fundamentos dos Eleguns, o adocho faz parte do ritual. A Deusa das águas doces, símbolo da riqueza, do charme, da elegância, foi a segunda esposa de Sàngó, antes, porém, esposa de Osossì, sua grande paixâo. Patrona do ventre, comanda o baixo ventre. Governa as ervas antissépticas e desinflamatórias. Seu domínio é o subsolo do universo, suas características sâo a vaidade e a faceirice. Divindade única, genitora, ligada à procriação, patrona da gravidez, do desenvolvi-mento do feto, coloca o bebê sob sua proteção até que adquira o conhecimento da linguagem. Foi a primeira Iyami encarregada de ser Olotoju Anon Omi (aquela que vela pelas crianças e cura). O seu axé principal é a atividade que rege esse conheci-mento. Mãe ancestral suprema, Osun é considera-da a patrona dos peixes, mas é também represen-tada pelos pássaros. O ovo é um de seus símbolos.